sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Da Terra Prometida para a Terra Prometida - parte 02

A invasão israelense

Enquanto o baixista Avishai Cohen alcançou sucesso através do seu trabalho com Chick Corea no final dos anos 90, chamando a atenção de muitas pessoas pela primeira vez para uma geração emergente de jazzistas israelenses versáteis, o cenário de Smalls continuou sendo somente um fenômeno novaiorquino. As coisas poderiam ter sido bem diferentes. Após Impulse! ter lançado a coletânea de “Jazz Underground: Live at Smalls” em janeiro de 1998, Lindner e Avital assinaram com a gravadora, um negócio que exigiu deles se privarem de gravar no clube por outras gravadoras. Avital fez seu primeiro álbum para Impulse!, mas o álbum Devil Head nunca viu a luz do dia (o álbum de Lindner acabou sendo licenciado por Stretch em 2000 com o nome de Premonition). Julgando pela música que mais tarde veio à tona na Small Records, a carreira de Avital poderia ter tranquilamente levantado vôo naquele tempo, começando a tsunami israelense uma década antes.

Mas talvez o atraso fosse para melhor. A falta de publicidade na década de 90 permitiu que os músicos israelenses fossem cozinhados a banho-maria no ambiente criativo do clube Smalls e desenvolvessem a sua música sem a pressão do próximo “boom”. Felizmente Luke Kabven foi imediatamente atingido por um cenário que se desenvolvia rapidamente e se organizou para documentá-lo, sempre gravando as performances no clube. “Eu acreditava que o que Omar estava fazendo era um dos únicos estilos de jazz que era fresco e satisfatório que eu havia ouvido em um longo tempo, e eu tinha o dever de preservá-lo de alguma maneira,” diz Kaven, que lançou a Small Records. Anos mais tarde ele lançou algumas das músicas criadas pelas primeiras bandas de Avital em “Room to Grow e Asking No Permissions”, fascinando os álbuns piano-less (sem piano) apresentando os bateristas Joe Strasser e Ali Jackson e os saxofonistas Greg Tardy, Myron Walden, Mark Turner, Charles Owens e Grant Stweart. Enquanto o seu som tem desenvolvido muito além daquelas sessões da década de 90, Avital já era um baixista imponente com um talento para organizar músicos.

Como a maioria de seus colegas israelenses, Avital passou seus primeiros anos em Nova York trabalhando febrilmente para entrar no cenário sem nenhum pensamento de forjar a nova forma do jazz do Oriente Médio. Mas quando ele começou a liderar as suas próprias bandas o baixista quase que subconscientemente começou a incluir os sons que ele havia ouvido enquanto estava crescendo com seu pai marroquino e sua mãe iemenita. Quando o acordo com Impulse! se tornou amargo e o lançamento de seu primeiro álbum foi atrasado indefinidamente, ele decidiu retornar a Israel. Estudando composição e imerso na música árabe, ele se devotou a estudar oud. Quando ele retornou a Nova York em 2005 os meios árabes e o alaúde do Oriente Médio haviam se mudado para o centro do seu conceito musical, e no seu magnífico álbum “Fresh Sound” de 2007 ele toca tanto baixo como oud em “Arrival”.

“ Assim que eu juntei a minha própria banda, havia definitivamente algumas coisas do Oriente Médio que eu estava escrevendo,” Avital fala. “Foi um processo orgânico e natural que durou um ano, e me levou um tempo para me dar conta de que aquela música era a música que eu havia crescido escutando. Foi somente aí que eu voltei para Israel para estudar música clássica árabe, um tipo de música que até então eu não conhecia. Isso tudo é em parte uma tentativa de conhecer que você é, e desse ponto em diante essas influências tem sido uma das cores da música.”

Outros israelenses estão atraindo atenção para outro tipo de influências. O saxofonista Eli Digibri, um músico brilhante que está envolvido consigo mesmo como um líder depois de dois anos e meio viajando o mundo e tocando com Herbie Hancock, encontra inspiração na música e nos compositores israelenses. Filho de um sobrevivente búlgaro do Holocausto e uma mãe iraniana ele absorveu uma vasta variedade de influências crescendo em Israel, mas ele não é particularmente ligado aos sons da África do Norte. “A música de Omer Avital é influenciada pelos estilos do Oriente Médio, mas a minha música nem tanto.” Diz Degibri. “Mas a canções dos grandes compositores de Israel estão ainda influenciando a minha música.”

Anat Cohen se apaixonou pela música brasileira via Matti Caspi, uma intérprete israelense extremamente particular que trouxe o movimento Tropicália para a Terra Santa. Imigrantes da América do Sul trouxeram consigo vários estilos da América Latina que se tornaram parte do cenário pop de Israel. Ela só foi descobrir que a sua música favorita era de Caracas traduzida para o Hebreu quando ela estava estudando em Berklee com uma professora venezuelana. Quanto mais tempo ela está nos Estados Unidos, mais os sons que ela absorveu em Israel tem vindo à tona em suas músicas.

“ Você não percebe essas coisas até que você viva longe de onde você cresceu,” diz Cohen. “Por um longo tempo você ignora isso para aprender novos estilos de música e um dia você percebe que realmente sente falta disso. Eu nunca tinha tido essa idéia de misturar música israelense. Eu havia acabado de me mudar para Nova York e eu me encontrei com o baixista Avishai Cohen e Omer Avital, os caras que já moravam em Nova York e eu percebi que eles combinavam todos esses sons da América Latina e do Oriente Médio com jazz e eu entendi que aquelas melodias eram parte de mim, e qualquer estilo que eu toque soa bem.

Se os músicos israelenses estão começando a expandir as possibilidades sônicas do jazz americano, é somente depois de um longo processo em que eles se compreendem no cenário de Nova York. O pianista nascido em Boston Aaron Goldberg conheceu Avital e Lebovich na “New School” em 1991 e ele se lembra que eles estavam com a intenção de assimilar mais do que forjar uma nova forma de jazz israelense. “Era realmente o caso de Nova York estar influenciando os israelenses”, diz Goldberg. “Não havia nada mais tão distinguível do Oriente Médio quanto a maneira que eles tocavam.”

Goldberg vê a emergência de um som de jazz distintamente israelense como uma reflexão do cenário abrangente de Nova York no meio dos anos 90. Assim como os músicos cubanos e porto-riquenhos procuraram criar uma nova síntese do jazz e vários estilos caribenhos, poucos músicos israelenses começaram a olhar para as suas próprias heranças culturais como um longo caminho para a corrente dominante do hard-bop e do postbop. Alguns críticos pintaram de um grosso modo para que nenhuma música com swinging fosse etiquetada como neoclássica apesar de existir um lado retrô na primeira banda de Omar Avital ou em Kurt Rosenwinkel e Mark Turner, ou em Joshua Redman com Brad Mehdlau, Christian McBride e Brian Blade.

“Em resposta por serem colocados no armário alguns músicos começaram a pensar, Deixe-me fazer alguma coisa mais pessoal, e olharam para a sua própria herança étnica,” Goldberg diz. “Havia um tipo de identidade política que existia na metade dos anos noventa e os críticos ficaram entusiasmados a respeito disso. Para os israelenses acho que foi o caso deles tentarem harmonizar os seus sonhos da sua terra natal enquanto ficavam em Nova York e também de se tornarem musicalmente estimulados. Eu tenho notado que todos eles passam através desse período aonde eles estão culturalmente conflitados. Eles amam Nova York, mas eles sentem saudades do seu lar, então, aonde eles viverão? Eventualmente todos eles passam a entender que eles pertencem a ambos e a criar uma maneira de ir de um lado para outro.”

Alguns dos recém-chegados, como o pianista Omer Klein, foi imediatamente mergulhado nesse processo de fundir os seus dois primeiros mundos musicais. Graduado pela Escola de Artes Thelma Yellin ele se mudou para Boston em 2005 quando estava com 23 anos, louco para estudar com Danilo Perez na New England Conservatory (Conservatório). “Eu nunca me esquecerei da primeira aula com Danilo,” Klein escreve via e-mail da Itália, entre uma pausa e outra de tocar com Avital e o trompetista Avishai Cohen. “Eu toquei uma canção israelense e improvisei com aquilo. Danilo imediatamente me disse, ‘Escuta aqui cara, essas tríades e inversões que você toca são muito importantes. Elas são realmente você. Eu não quero que você as perca nunca.’ Eu me lembro daquele dia porque foi a primeira vez que essa linguagem que eu estava tocando foi reconhecida e apreciada por um mestre do jazz que eu admirava muito.”

Em questão de meses Klein estava tocando regularmente em Nova York, moldando um vínculo forte com Avital. Desde que ele se instalou em Nova York em 2006 ele continuou a desenvolver um enfoque altamente lírico criado através da idéia de simples harmonias e gentis grooves do Oriente Médio, uma abordagem realizada maravilhosamente no álbum lançado no ano passado, Introducing Omer Klein (Smalls), figurando seu quarteto totalmente israelense com Avital, o baterista Ziv Ravitz e o percussionista Itamar Doari. É um som leve e calmo, remanescente de uma carreita tardia de Abdullah Ibrahim e a sua perfeita combinação coerente de melodias parecidas com o folk e a improvisação temática.

“Ritmicamente eu uso algumas das batidas do Oriente Médio no álbum,” escreve Klein. “Itamar Doari adiciona uma cor tradicional a esses grooves com uma fantástica percussão tocando. Omer Avital estava procurando isso bem antes de mim, claro, e com o grande Ziv Ravitz nós estamos começando a achar o nosso caminho para tocar esses ritmos antigos e bonitos, e expressar-nos com eles, de uma maneira esperançosa, nova e fresca.”

Agora os artistas israelenses que ganharam reconhecimento em Nova York estão fazendo um sério esforço para participar e construir o cenário israelense. O baixista Avishai Cohen se mudou novamente para Israel em 2005 e sua carreira está prosperando muito.

O saxofonista Eli Degibri criou o seu próprio programa com duração de um ano para estudantes do ensino médio em Tel-Aviv tendo como modelo o prestigiado programa do Instituto Thelonious Monk (o qual ele participou rapidamente antes de se mudar para Nova York). Os alunos tocam como uma banda, e ele os encontra pelo menos uma dúzia de vezes ao longo do ano.

“Eu sempre tento manter contato e ficar de olho nos novos talentos,” diz Degibri. “Eles geralmente vem de três escolas famosas. Todo ano há um grupo de músicos surpreendentes. A razão pela qual eu acho que há tantos bom jazzistas vindos de Israel é somente educação. Uma ou duas gerações antes de nós; eles foram aqueles que estabeleceram o passo. Eles abriram as portas para nós. Eles voltaram para Israel, talvez não tão bem sucedidos quanto gostariam, mas eles voltaram com uma paixão e eles passaram isso adiante. E isso é o que eu estou tentando fazer.” JT

Da Terra Prometida para a Terra Prometida - parte 01

Israel está sempre nas manchetes, e as notícias são invariavelmente ruins. A difícil situação dos palestinos, as constantes ameaças do presidente do Irã, os ataques suicidas e vários rumores de uma possível guerra geram uma ansiedade constante que se estende por todo o mundo. Mas quando isso se refere a jazz Israel é uma fonte de um talento quase transbordante, uma tsunami que atingiu o cenário de Nova York no ano passado. Pelo menos uma dúzia de artistas alcançaram um nível invejável de reconhecimento, incluindo o baixista Omer Avital e os irmãos Cohen: o saxofonista Yuval, a clarinetista Anat e o trompetista Avishai (não o baixista com o mesmo nome, que se recusou a ser entrevistado para este artigo).
Enquanto muitos artistas israelenses se dedicam ao estilo convencional, alguns estão criando uma abordagem mais pessoal, com uma palheta de sons vindas do Oriente Médio e da África do Norte. Entre o número florescente de artistas notáveis e o crescimento das influências de seus conceitos envolventes sobre o jazz, o contingente
de israelenses em Nova York claramente atingiu o seu divisor de águas em 2007, e o fenômeno parece estar ganhando forças, já que todo mês aparece um novo artista promissor vindo da Terra Prometida.
Nada animou mais os músicos como o aparecimento repentino da Anzic Records.
Enquanto a nova onda israelense vem sendo construída por quase duas décadas, foi necessário aparecer uma gravadora especializada e bem financiada para transformar o bom em um fenômeno. Com o apoio de Colin Negrych, diretor de um poderoso fundo
de investimentos em Wall Street chamado Barclay Investments Inc., Anzic lançou nove álbuns no ano passado, incluindo álbuns altamente aclamados do trompetista Avishai Cohen, do pianista Manuel Varela, do pianista Jason Lindner e do saxofonista Joel Frahm. Com o trocadilho criado através da combinação do seu nome com a última sílaba da palavra “music” (lê-se “muzic), a metade dos lançamentos da gravadora até agora é devotado a seus projetos, já que Anat Cohen é intrinsecamente ligada às criações da Anzic. Mas apesar do fato de muitos álbuns lançados pela Anzic serem de artistas israelenses, a gravadora não foi criada para ser um lugar étnico.
“A missão desta gravadora não é ser um lugar étnico”. Diz Oded Lev-Ari, gerente geral da Anzic. Lev-Ari, um discípulo da prestigiada Escola de Artes Thelma Yellin em Tel-Aviv, e também um arranjador respeitado responsável por colocar o exuberante álbum Poetica por Anat Cohen nas paradas de sucesso. Como uma boutique em operação movendo-se de um modelo filantrópico para um modelo mais comercial a Anzic tem como objetivo descobrir e promover um pequeno grupo de artistas incrivelmente criativos e que correm o risco de serem ignorados, de acordo com Lev-Ari.




“Nós começamos dizendo que somos especializados em jazz e músicas de ritmos latinos, africanos, e asiáticos (world music), mas eu particularmente gosto de dizer que nós somos especialistas em boa música.” ele diz. “A nossa missão é trazer a boa música que está passando por momentos difíceis para se apresentar para o público correto. Nós temos artistas que não são israelenses, mas o ângulo israelense como um todo tem sido uma grande vantagem. Uma coisa que temos apre
ndido sobre revelar novos artistas é a necessidade por uma história, e, se alguém vem de um lugar diferente, isso já é uma história. Algumas vezes essas origens são refletidas na música, apesar de não ser a primeira coisa que eu falaria sobre a música de alguém. Mas há um grupo de músicos aqui em Nova York que criaram um som diferente, e alguns são de Israel. Então musicalmente é um fator bem interessante para se falar.” O sucesso dos israelenses e o apoio que cada um deles fornecem não tem passado despercebido. Como em qualquer cena artística com oportunidades limitadas e com uma audiência de aficionados, a onda israelense vem deixando alguns colegas não israelenses com ciúmes. Para o trompetista nascido em Oakland Amrbose Akinmusine, a solidariedade israelense oferece um modelo a ser seguido e não a ser desprezado. “Muitas pessoas em Nova York tem uma atitude egoísta, de só pensarem em si próprios, e é muito bonito ver que eles permanecem juntos” fala Akinmusire, uma estrela em ascensão que ganhou no ano passado a Competição Internacional de Trompete de Thelonious Monk. “Se eles não merecessem esse reconhecimento, seria uma coisa, mas eles merecem, então não há como sentir inveja ou ciúmes. Avishai Cohen é um dos meus trompetistas favoritos, apesar de eu achar que eles estão tendo mais atenção na mídia por causa do apoio dado a eles.
Uma das razões pelas quais a onda israelense vem chamando tanta atenção é porque isso parece tão improvável. Um pequeno país com uma população de 7 milhões espremidos em um território menor que Nova Jersey, Israel pode reivindicar algumas semelhanças com a diáspora da África do novo mundo. Ainda depois de Cuba, nenhum cidadão de países estrangeiros estão tendo um papel mais visível e essencial no cenário novaiorquino ultimamente. As razões são muitas e complexas. Desde os padrões de imigração e a dura cultura, prática israelense, até o sistema elogiado de educação, que adotou o jazz em uma extensão extraordinária. Quase todo mundo associado ao cenário israelense possui uma ou duas teorias para explicar como e porque Israel tem se tornado uma potência em se tratando de novos talentos para o jazz, se bem que os próprios artistas estão confusos pela maneira como a música tem florescido milhares de milhas do seu ponto de origem.
O trompetista Avishai Cohen, cujo álbum After the Big Rain lançado pela Anzic esteve incluído em muitas listas das dez melhores músicas de 2007, resumiu inúmeras explicações difundidas, atribuindo o sucesso de Israel em cultivar músicos promissores de jazz à sua posição singular no Oriente Médio. Sendo tanto um pária para seus vizinhos árabes ou um porto seguro para um contingente mundial de imigrantes, Israel é uma panela de pressão contendo um leque de ingredientes culturais deslumbrante. E com o seu poder expressivo, jazz é uma válvula de escape para pessoas que vão dormir imaginando se eles acordarão na guerra.
“Toda essa tensão leva as pessoas a irem um pouco mais adiante, a dizerem coisas que elas realmente querem dizer naquele momento, sem se preocuparem com o futuro.” Diz Cohen, que toca com Anat e Yuval na banda 3 Cohens. “E em Israel as pessoas chegam de todas as partes do mundo. Há pessoas da Europa Oriental, e todas as influências vindas da Rússia, Alemanha e Polônia , que misturam ritmos do lado sefardita, os 6/8 grooves marroquinos. Ainda assim, eu não acho que jazz seja uma direção óbvia a se seguir. Apesar de termos excelentes músicos de jazz em Israel, ela não é a musica que se ouve nas rádios ou que qualquer escritório governamental obrigue a escutar. Eu acredito que esta se tornou a escolha de muitos novos artistas graças a poucas pessoas que disponibilizaram o ensino de jazz nas escolas.” Como a maioria dos artistas israelenses morando em Nova York, os Cohens se beneficiaram das experiências da geração anterior a eles. Alguém pode traçar as raízes dessa nova onda desde a década de 60, quando os artistas israelenses se matricularam no Instituto de Música Berklee. Poucos deles, como o pianista Yaron Gershovsky do Manhattan Transfer alcançaram sucesso nos Estados Unidos,mas a maioria acabou voltando para suas origens, aonde eles espalharam o evangelho do jazz em Tel-Aviv e em Jerusalém. Quando o guitarrista Roni Ben-Hur se mudou para Nova York em 1985 para estudar no “Jazz Cultural Theater” pertencente ao pianista Barry Harrys, jovens artistas israelenses talentosos viram jazz como uma alternativa criativa à tradição européia clássica.
“Naquele tempo muitos israelenses estavam indo para os Estados Unidos e estudando em Berklee.”Ben-Hur explica. “O papel da música fala ao espírito israelense. É muito rítmico e desafiador e há muita liberdade envolvida. É necessário perceber que Israel é uma mistura de raças e culturas, como Nova York. Minha família veio da Tunísia, e no lugar aonde eu fui criado havia vários tunisianos, marroquinos, poloneses e romenos [judeus]. Vários músicos pop israelenses incorporam esses ritmos e estilos. E israelenses adoram misturar estilos. É uma sociedade muito livre e com esse espírito, dizer o que você pensa e fazer o que você gostaria de fazer está dentro de nós. Nós somos encorajados a ser individualistas e expressivos.
Israelenses não dividem somente a ética americana do individualismo, mas eles também celebram a identidade nacional ao receber imigrantes. Enquanto a maioria dos judeus americanos são asquenasis, com ancestrais vindos da Europa Central e Oriental, um terço dos judeus israelenses são mizrahim ou judeus orientais, de famílias que saíram de paises árabes, em especial do Iêmen , Marrocos, Tunísia, Iraque e Síria. Muitos outros se originam de comunidades anciãs do Irã, Índia, Etiópia e Ásia Central. Encima dessa diversidade étnica interna, a cena da música popular israelense se mistura, pulsa ao samba, reggae e ritmos afro-caribenhos, enquanto os estilos árabes e turcos podem ser ouvidos em todos os lugares. Poucas sociedades podem preparar jovens músicos melhor para a investida poliglota a Nova York do que Israel.
O saxofonista Larry Monroe, vice presidente dos programas internacionais do Instituto Berklee vem observando o aumento de músicos israelenses no instituo por mais de cinco décadas. Ele tem criado várias explicações porque os alunos israelenses estão tão desproporcionalmente representados entre os melhores alunos de Berklee. “Os professores israelenses são sérios e mais rigorosos. Eles possuem algumas escolas de artes maravilhosas e o conservadorismo é muito grande até que os alunos aprendam a tocar bebop e swing antes de deles poderem tocar livremente. Você encontra adolescentes de 15 anos tocando músicas obscuras da década de 40. Como você pode ter encontrado isso? Eles se encontram do outro lado do mundo; e sabem que tem que fazer mais do que a média se eles quiserem estudar nos Estados Unidos.”
Ele também observa que a maioria dos alunos da primeira onda de israelenses que foram estudar nos Estados Unidos retornaram a Israel depois de alguns anos e muitos acabaram se tornando professores de música. Por volta dos anos de 90 uma massa de fãs e músicos emergiram em Israel, alimentando esse meio próspero. Com instituições como Escola de Artes Thelma Yellin aspirantes a músicos israelenses puderam receber uma educação de nível mundial e que agora inclui uma fundação de jazz completa. “Se eu tivesse apenas três dias para encontrar 10 músicos de jazz muito bons, iria para Tel-Aviv antes de qualquer lugar no planeta.” Diz Monroe. “É um país muito pequeno, todo mundo se conhece e todos os melhores músicos do país se conhecem desde a escola primária.” Não é somente um cenário fechado e uma referência para a educação que explica o alto nível de musicidade. Monroe observa que a maioria dos israelenses que vão para os Estados Unidos estudar depois de terminar o serviço militar, o que significa que eles são alguns anos mais velhos do que seus colegas e que algumas vezes são muito mais experientes do que a média dos calouros. Como Avishai Cohen e Ben-Hur, ele também vê fatores culturais envolvidos. Uma vez que qualquer nacionalidade pode ser caracterizada (ok, estereotipada), é seguro descrever a cultura israelense como direta e franca. Depois de seis décadas de vida em uma sociedade militarizada e preparada para a deflagração da guerra, os israelenses não são conhecidos por medir palavras ou se retrair dos conflitos. Munidos de disciplina, talento e acesso a informação, essas qualidades parecem permitir que muitos músicos israelenses prosperem nessa estufa criativa que é Nova York.
“Eu não acho que se possa derrotar os israelenses com críticas.” Fala Monroe. E eles não são derrotados por Nova York. A subida para a proeminência é uma série de obstáculos que nem todos podem ultrapassar. Há um processo de se adaptar e os
israelense possuem artifícios em suas origens que fazem eles resistirem. Eu sempre gostei de ensinar os israelenses. Alguns professores não gostam de ensiná-los porque são exigentes. Você não pode elogiá-los e dizer que são ótimos. Eles não só trabalham juntos como também fazem críticas construtivas entre eles, sem machucar seus egos. Um dos grandes desafios para um novato é que ele deve desenvolver a habilidade de ser genuinamente auto-crítico, ir para um quarto e praticar durante o dia inteiro e poder dizer “Eu ainda não consegui pegar.” Os alunos israelenses odeiam que se diga que eles estão indo bem. ‘Eu’ sou um adolescente de 19 anos, o que eu posso saber? Me dê algo que eu possa praticar!”
Israelenses não criaram um meio vibrante de jazz no Oriente Médio por si mesmos. Inúmeros músicos americanos tiveram um papel crucial e nenhum foi mais importante do que o saxofonista Arnie Lawrence, um carismático saxofonista e educador que lançou um programa inovador de jazz na escola New School de Nova York. Casado com uma israelense, ele se mudou para Israel em 1997 e em pouco tempo ele fundou o Centro Internacional para Música Criativa (International Center for Creative Music) em Jerusalém. Um idealista determinado, ele criou um espaço aonde judeus e árabes podiam tocar juntos, não tanto por razões políticas, mas por pura sensibilidade humanista.
“Ele honestamente acreditava na seguinte frase de pára-choques de caminhão ‘Paz através da Música’ e no seu mundo isso era verdade,” o filho de Arnie, Erik Lawrence diz. Erik é um bom saxofonista na sua própria maneira que viaja com a banda de Levon Helm e lidera o quarteto Hipmotism formado pelo trompetista Steve Ernstein, pelo baixista René Hart e pelo baterista Allison Miller. “Durante um verão eu estava lecionando em um acampamento de jazz com o baixista Mike Richmond e eu mencionei que estava indo tocar em Jerusalém. Mike estava tocando com Simon Shaheen [mestre do violino e oud palestino] em um clube em Ramallah. Quando eu disse para o meu pai, ele carregou seu carro, um Jaguar modelo sedan 1982 branco, uma porcaria que ele havia levado para Israel, e dirigiu-se a Ramallah com seus alunos e foi para o clube, e chegando lá se senta com Shaheen. Após este acontecimento seus alunos passaram a tocar neste clube semanalmente.

Se a campanha mundial de Lawrence para amenizar as amargas diferenças políticas entre os judeus israelenses e os árabes não deu frutos, os seus esforços para disseminar as sementes de jazz no Oriente Médio produziram alguns florescimentos extravagantemente talentosos. Trabalhando em seu clube em Jerusalém, chamado “Arnie’s Jazz Underground” ele recebia músicos que entravam no clube e os encorajava a tocar. Entre os músicos que ele treinava estavam os irmãos Cohen, em particular Anat Cohen. Em uma bonita diáspora ao contrário, foi necessário um judeu de Nova York trazer o poder espiritual do jazz para a Terra Sagrada. “Arnie foi muito importante para mim,” diz Anat Cohen. “Ele trouxe a vibração de Nova York, mas não os cotovelos calejados. A vibração que herdei de Arnie foi que primeiramente somos todos iguais, o que não posso dizer que seja a típica abordagem de Nova York. Ele expressou isso na sua gentileza com cada pessoa que ele conhecia, e assim era musicalmente também. Mas a coisa mais importante que eu herdei de Arnie e que eu nunca encontrei antes foi toda essa abordagem espiritual da música como uma forma de comunicação com as outras pessoas. Eu aprendi a procurar e encontrar beleza na música. Ele sempre falou que eu não deveria me sentir intimidado, e que era muito importante se sentir seguro sobre si mesmo. Ele era muito profundo e sempre me apoiava. Eu devo tudo a ele.”

O saxofonista tenor Walter Blanding, melhor conhecido por sua longa associação com Wynton Marsalis e a orquestra “Jazz at Lincoln Center Orchestra” é outro americano que ajudou a colocar o cenário israelense no nível dos melhores do mundo. Assim como Lawrence o casamento de Blanding com uma israelense o levou ao Oriente Médio. Ele e sua esposa se mudaram para Israel em 1995 e antes da sua volta para os Estados Unidos em 1999 ele se tornou cidadão israelense. Alocado em Tel-Aviv, a maior cidade israelense e a capital cultural do país, ele lecionou em quatro escolas e lançou uma série popular de concertos com o apoio do Museu de Arte de Tel-Aviv que apresentou artistas importantes, tais como Michael Carvin, Wycliffe Gordon, Louis Hayes, Vanessa Rubin, Marcus Printup, Marlon Jordan e Eric Reed.

“ Eu acabei aparecendo em quase todos os programas de televisão.” Relembra Blanding. “E eu tive a oportunidade de conhecer vários músicos e pessoas interessantes,como os Cohens, Anat ,Yuval e Avishai; o baixista Avishai Cohen e o trombonista Avi Lebovich. Eu acredito que muitas pessoas que tem vindo a Nova York é em parte devido a uma conexão entre Israel e Estados Unidos. Eles realmente acreditam em educar seus filhos sobre culturas de todo o mundo, e há um apoio muito forte para aprender todas as artes, o que tem algo a ver com a aceitação e apreciação do jazz.
Educação é a chave de tudo.”
Educação e ambição proporcionam o combustível, mas em um local como a plataforma de lançamento, um cenário não sai do lugar por si só. Antes da década de 90 os músicos israelenses como Roni Ben-Hur tiveram que procurar seus próprios caminhos no cenário americano sem a ajuda de outros israelenses. Mas bem antes do baixista Avishai Cohen, Omer Avital e Avi Lebovich chegarem em Nova York, o West Village club Smalls (clube de jazz) abriu e rapidamente se tornou o quartel general para uma crescente geração de músicos tais como os saxofonistas Mark Turner e Josh Redman, os guitarristas Kurt Rosenwinkel e Peter Bernstein, o baterista Brian Blade e os pianistas Brad Mehldau, Aaron Goldberg, Jason Lindner e Larry Goldings (bem como os veteranos não muito apreciados como Frank Hewitt, Tommy Turrentine e Jimmy Lovelace). O fato de que muitos israelenses serem participantes chaves tornou Smalls um ímã para os aspirantes a músicos israelenses, enquanto poucos artistas americanos, particularmente Lindner e o baterista Daniel Freedman foram inspirados a incorporar os ritmos do Oriente Médio em suas músicas.
“Smalls foi um lugar central para essa geração, e aconteceu que fomos uma grande parte disso,” comenta Avital. “Era lá que se podia ouvir essa música. Anat Cohen iria vir de Berklee e seu irmão Avishai era ainda um menino quando ele veio pela primeira vez ao clube. Naquela época o cenário do jazz ainda não era desenvolvido em Israel. Quando Avi Lebovich se mudou para aqui comigo havia pouquíssimas pessoas de nossa geração ou da geração anterior, mas não era como se um grupo coeso de pessoas. Tudo aconteceu bem devagar. Nossa geração foi a responsável por mostrar o jazz, e mais tarde começamos a ser reconhecidos.”
Com a situação Israelense gradualmente ganhando força, o sucesso de uma série de músicos em Nova York parecia copiar o clássico padrão de imigração em que os pioneiros estabelecem uma comunidade-base que atrai novos imigrantes. É um processo auto-sustentado similar às famosas ondas musicais fraternais que inundaram da pós-guerra Detroit, Chicago, Filadélfia e Memphis para Nova York, aonde os colonizadores de Gotham empregavam e abriam portas para seus conterrâneos. Agora os músicos israelenses sempre chegam na cidade prontos a usar suas conexões. O guitarrista Gilad Hekselman, por exemplo, se mudou para Nova York com o objetivo de estudar na “New School” em 2004, e imediatamente começou a trabalhar com Anat Cohen. “Eu tive uma aterrissagem muito branda.” Diz Hekselman, que lançou um CD impressionante em seu debut, chamado Splitlife em 2006 pela gravadora Smalls. “ Eu comecei a tocar com Anat e a conhecer novas pessoas, a tocar em diferentes lugares.”
O show com Avital no Smalls depois que o clube reabriu proporcionou um começo para o fundador do local, Mitch Borden, que levou às sessões de jazz de Hekselman no Smalls e no Fat Cat, outro local pertencente a Borden, e ao lançamento do álbum. Além do apoio e das sessões de jazz fornecidas por uma crescente rede de israelenses criam uma suposição de competência para os recém-chegados. “Você simplesmente diz: ‘Eu sou de Israel’, e talvez os ouvidos dos outros músicos possam estar mais abertos,” diz Hekselman. O resultado é uma enxurrada de israelenses indo para Manhattan.
“Assim como na New School, todo ano há mais e mais israelenses,” diz Hekselman. “As pessoas sempre entram em contato comigo, querendo informações de como vir a Nova York, e essas perguntas são recorrentes: será que eu deveria me matricular em uma escola ou somente me mudar para Nova York? Me parece que esse fato só tende a aumentar. Nesse momento há pelo menos 20 israelenses na New School estudando jazz, o que é um grande número, se comparado a uma escola de trezentos alunos.”

(continua...)

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Arte do Jazz


Galeria de Arte do Artista Menote Cordeiro.
Exclusivo para o Tudo é Jazz!

Strange Fruit
de Menote Cordeiro

















Lady Day and Prez' de Menote Cordeiro




quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Arte: um pouco mais de Menote Cordeiro
















"O sonho do Yanomami de Andujar" de Menote Cordeiro

Uma linda mensagem do mesmo artista criador da arte do Tudo é Jazz.
conheça mais: www.menote.art.br

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Tudo é Jazz no Downbeat.Com


E o Tudo é Jazz - Ano 8 está dando o que falar pelo mundo afora.
Confira abaixo ou utilize o link: http://www.downbeatjazz.com/default.asp?sect=news&subsect=news_detail&nid=1437



Brazil's Tudo E Jazz Festival Honors Lady Day

Daily News Headlines
Posted 8/31/2009


The eighth annual Tudo E Jazz Festival in Ouro Preto, Minais Gerais, Brazil will pay tribute to Billie Holiday during the event's Sept. 18-20 run. The international Holiday tribute will be held on Sept. 19 and it features Oded Lev-Ari directing the Lady Day All-Star Band. Guest singers will include Madeleine Peyroux and Brazilian vocalist Mart'Nalia. More than 70 musicians will take part in the festival, including Anat Cohen, Marcus Strickland and Lionel Loueke.

For more info go to tudoejazz.com.br

       


Tudo é Jazz no Blog JAZZ LIVES

Segue abaixo uma matéria sobre o Festival Tudo é Jazz, publicada no blog jazzlives.wordpress.com no dia 28 de Agosto.


“EVERYTHING IS JAZZ” in BRAZIL: 2009, 2010

August 28, 2009 · 4 Comments

This just in! (The Beloved and I will be at Jazz at Chautauqua, but you certainly should go, if you can . . . )

“EIGHTH EDITION OF BRAZILIAN INTERNATIONAL JAZZ FESTIVAL PAYS HOMAGE TO ONE OF THE GREATEST JAZZ SINGERS OF THE 20TH CENTURY: BILLIE HOLIDAY

The tribute gathers Madeleine Peyroux, Mart´Nália and the Lady Day All Star Band on the same stage under Oded Lev-Ari’s arrangement. All the musical diversity found in the streets and cultural spaces in the beginning of the 20th century in New Orleans, the jazz capital, is executed until today by the contemporary jazzists during their brilliant performances and improvisations. Such proof of that is the Tudo É Jazz Festival of Ouro Preto (a historical and popular city in Minas Gerais, Brazil), that’s been happening since 2002. This year, the audience present during the days 18, 19 and 20 of September will appreciate the refined music of jazz’s big names for free and outdoors. According to Maria Alice Martins, the event’s coordinator and idealizer, she always intended for the Festival to have a democratic character. “This won´t suddenly turn jazz into something popular, but it will allow the audience to have more access to great music”, affirms Maria Alice.

The Tudo É Jazz Festival reaches its eighth edition in 2009 with a homage to one of the greatest jazz singers the world has ever known: Billie Holiday, a black, poor woman that abruptly conquered all ears of great musicians from America and all around the world. The event will happen on a stage located in the traditional Largo do Rosário, in Ouro Preto. 11 presentations are programmed for the three days, with the participation of about 70 musicians.

With Maria Alice’s curatorial work, the Festival gathers revealing artists, such as the singer and guitarist Kate Schutt; some jazz old hands, like Bucky Pizzarelli – and his guitar –, and Ron Carter, who performs for the second time in the event; and even the talents from the prestigious music school of Marciac, in France.

The tribute to Billie Holiday will take place on Saturday, September 19th, with musical direction by Oded Lev-Ari and the participations of Madeleine Peyroux, the Brazilian singer Mart´Nália and the Lady Day All-Star Band, constituted by six important musicians of the international jazz scenery. On Sunday, September 20th, the last day of the Festival, the year of France in Brazil will be celebrated with the performance of a quartet of former students from the school of Marciac and the Paris Jazz Big Band, the biggest in France.

Down Beat Magazine – jazz ´n´ blues specialized publication – selected and requested 120 renowned jazz critics, among USA and around the world professionals, to vote for the best artists of the year. Three musicians that fit the category Rising Stars – which represents those in ascension – will perform to the audience of the Tudo É Jazz Festival, during its eighth edition through September 18 to 20, in Ouro Preto (Minas Gerais, Brazil), the talents that resulted on their nominations. They are: Anat Cohen (awarded in the categories “Artist of the Year” and “Clarinet”), Marcus Strickland (categories “Sax Tenor” and “Sax Soprano”) and Lionel Loueke (category “Guitar”).

The news that appeared in jazz on the last few years was the extraordinary spreading that has turned the gender into a kind of language that is easily interpreted all over the globe. A project was elaborated to create contact between the public and some valuable instrumental music, sharpening the audience’s critical sense and offering social-artistic-cultural growth. At the same time, offering the best technical qualities possible, to appraise the presentations; hiring sound, light and stage structure from the best companies all over South America, besides the best technicians to offer environment comfort to the audience. Since the 2009 edition, the presentations have become completely free charge for the public.

Nowadays the Tudo É Jazz Festival includes in its program Brazilian musicians that have more recognition outside their country than in. So, the Festival brought Raul de Souza in a concert with Claire Michel Group; Oscar Castro-Neves, that’s been living out of Brazil for over 40 years; the acclaimed pianist and singer Eliane Elias; Ivan Lins (that is unfairly not recognized as a good musician in Brazil, but appreciated abroad), that played along with Michel Legrand. Also, the Festival has developed, in the several groups interested in music from Ouro Preto and near cities, a closer contact with jazz, the music of the 21st century due to its originality, constant evolution, always influenced by history and by what’s happening right now, absorbing the feelings of the happenings and making music become an exceptional cultural and pedagogical instrument.

The Festival has made possible the creation of a Culture Point, the Alto da Cruz Culture Point, in an action that integrates the multiplicity of culture e shared management between the Senhor Bom Jesus das Flores Musical Society, the Ouro Preto City Hall and the ACL – Associação da Cultura Livre (Free Culture Association). This project has the purpose of being economically viable, socially fair, ecologically correct and inspired on the respect that the location owns; also, it’s turned to the teen and children’s population in a social high risk situation, due to drugs influence, alcohol and outcast environment, so that a project involving social inclusion through music can be developed.

In 2010, the Festival’s Tribute will be to Louis Armstrong, the world’s greatest name of jazz music. Coming to the Festival, projects of great musicians from all over the world to pay a homage to the artist that lightened the public’s attention to the musical gender: after Armstorng came up, jazz grew intensely and unexpectedly, becoming one of the most remarkable phenomenon in the cultural history.

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sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Site Tudo é Jazz - Ano 8

Visite o site do Tudo é Jazz - Ano 8 e se informe sobre a programação!